Devemo-nos pesar todos os dias quando estamos em dieta de restrição calórica para perda de peso? Uma pergunta difícil de responder pois encontramos argumentos favoráveis e desfavoráveis, cujo peso atribuído irá depender das nossas concepções prévias. Sabemos que pesagens diárias podem induzir um certo grau de stress e ansiedade indesejado. Além disso as flutuações diárias no peso não refletem objectivamente a variação da composição corporal, sendo em muito influenciadas por alterações no estado de hidratação, transito intestinal, etc. Pesagens mais espaçadas diluem estes efeitos na massa corporal. E o peso é cego às variações na relação músculo/gordura.
Mas por outro lado temos toda uma linha de investigação a demostrar que pessoas com elevado rigor na monitorização, que se pesam diariamente, parecem ter melhores resultados tanto a evitar ganhos em épocas festivas, como em perder peso ao longo de uma intervenção. O gráfico na imagem representa os resultados do estudo de Steinberg et al (2015), onde indivíduos que se pesaram diariamente durante um protocolo de restrição calórica em ambulatório perderam significativamente mais peso ao final de 6 meses do que quem não se auto-monitorizou de forma tão apertada. Resultados consistentes em outros estudos do género sugerem que de facto a auto-monitorização regular e pouco espaçada pode facilitar a adesão e dessa forma condicionar positivamente o sucesso da perda de peso. Não só a perda catalisa a manutenção no protocolo e mantém a motivação, como a estagnação e ganho podem promover comportamentos compensatórias que permitem lidar desde cedo com o desvio ao objectivo.
Pessoalmente sou favorável à auto-monitorização regular, não necessariamente diária mas em 2 momentos semanais. Isto em casos de obesidade ou quando a perda de peso pretendida é superior a 10% da massa corporal. Mas não esquecendo a importância da composição corporal neste processo, que vai na verdade definir a velocidade com que essa perda irá ocorrer. Quanto mais massa gorda mais rápida deverá ser.
