Raramete vemos um atleta negro nas provas de natação, e muito menos a alcançar uma final. Porquê? Embora possamos pensar em questões culturais, os negros têm uma desvantagem fisiológica. Maior densidade corporal.
A diferença na densidade corporal entre indivíduos de etnia africana e caucasiana não se deve à composição corporal. Deve-se na sua maior extensão à diferença na densidade óssea, 5-15% superior à de um caucasiano. Resultado de uma maior deposição mineral e proteica. Também o músculo é mais denso devido a uma arquitectura diferente. Para o mesmo volume, a massa magra seca total de um negro pesa mais. Uns 2 kg para um homem de volumetria média. Daqui resulta a necessidade de um esforço significativamente maior para se mover à superfície da água, que em alta competição faz toda a diferença (PMID: 28561485). Na verdade, foram os caucasianos que desenvolveram um esqueleto “mais leve”. Todos vimos de um ancestral comum africano, mas a latitudes maiores produzimos menos vitamina D por exposição à luz solar. Depositar menos cálcio no osso e uma pele mais clara são adaptações a isso mesmo.
Questões culturais. Nos EUA as sequelas da escravatura interditaram as piscinas aos negros durante muito tempo. A percentagem de crianças negras que não sabe nadar é superior à das crianças caucasianas. Mas esse não é o principal motivo ou na alta competição já se teriam revelado. Como aconteceu noutros desportos "priviligiados" como a F1 com Hamilton, ténias com as irmãs Williams, e golf com Tiger Woods. Pode ser polémico, mas quando falamos em atletas de elite não somos nós que escolhemos o desporto mas o desporto que nos escolheu nós. É um conjunto de factores inatos, treino e estilo de vida que faz um atleta extraordinário. Avançamos competitivamente naquilo que somos naturalmente bons, e aperfeiçoamos essas capacidades.
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