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E agora é para beber água do mar...

Atualizado: 8 de out. de 2020

Beber água com limão ainda consigo entender. Sabe bem. Agora água do mar? Sim, há quem o faça e podem encontrar no Celeiro por 4 eur a garrafa. Foi René Quinton há mais de 100 anos que teve a epifania ao demonstrar que, após diluição de 1/4, a água do mar tinha uma osmolaridade e concentração de sais idêntica aos fluidos corporais. Mas claro que se coloriu muito a coisa com efeitos milagrosos na detoxificação, alcalinização, pressão arterial, melhoria da textura da pele, função tiroideia, imunitária, e tudo o que a nossa saúde pode sonhar. Sem estudos credíveis a sustentar. Há quem diga até que ajuda a repor os 118 elementos necessários ao organismo. Ou seja, todos os da tabela periódica incluindo o plutónio, urânio, e outros que não existem sequer na natureza. O meu não precisa deles mas agradeço o cuidado. A água do mar não tem nada que não encontremos na água mineral em conjunto com os alimentos que ingerimos. Um copo não tem muito mais magnésio que uma banana ou o cacau, mais iodo que o bacalhau, ou mais boro que a maçã, café ou leite. Sal sim tem com fartura (NaCl), cerca de 8,5 g/L já da diluição, ou 2-3 g por copo. É verdade que existem países orientais onde se bebe água do mar, mas não por motivos de saúde. Apenas pela escassez de fontes potáveis. Água do mar desalinizada obviamente, e recolhida a uma profundidade mínima de 200 m. O pH é de facto alcalino, entre 7,4 e 8,5, mas já vimos aqui a importância que isso tem. A tensão superficial é idêntica à água mineral, de 75-79 mN/m à temperatura ambiente. Não consigo imaginar nenhum motivo plausível para se beber água do mar diluída, nem existe evidência científica alguma dos benefícios que lhe são associados.

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