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Bioimpedância e estado de hidratação

Tenho verificado que muita gente e até profissionais aferem o grau de hidratação pelo percentual do total de água corporal (TBW) avaliado pela bioimpedância (BIA). E desta forma praticamente todos os indivíduos com excesso de peso ou obesidade, ou mais propriamente com massa gorda excessiva, saem do consultório com a recomendação de que precisam de beber mais água. Ora, não é bem assim. Efectivamente poderíamos estimar a quantidade de água corporal pela resistência total à corrente eléctrica, que aumenta em estados clínicos de desidratação. Mas é normal que um obeso apresente menos TBW por unidade de peso quando comparado a um normoponderal, e também mais água extracelular por unidade de TBW. Simplesmente porque a percentagem que a massa gorda representa no corpo é maior, e o tecido adiposo têm um teor de água muito baixo (<36%). E que não vai aumentar por mais água que se beba pois não tem capacidade de a reter. Ou os valores da %TBW são traduzidos em absolutos, ou o estado de hidratação terá de ser aferido por indicadores analíticos como a gravidade específica da urina, osmolalidade ou hematócrito/Hb, e até a própria cor da urina será um melhor indicador do estado de hidratação do que a %TBW estimada por BIA em indivíduos com massa gorda elevada. Não que vá fazer mal beber mais água, mas a recomendação é arbitrária e tem por base uma interpretação abusiva da análise de bioimpedância. Portanto, quando vos disserem que estão desidratados com base na bioimpedância podem simplesmente ignorar.

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